Com o UFC 152 chegando esse final de semana muitos atletas e
treinadores estão fazendo análises do que pode acontecer no combate entre o
campeão Jon Jones contra o desafiante Vitor Belfort. Apesar do campeão ser tido
como favorito, boa parte dos atletas acreditam que o brasileiro tem tudo para
surpreender.
Minotauro que irá lutar no UFC RIO está na torcida pelo seu
compatriota e acredita que o mesmo pode surpreender nessa disputa de cinturão.
Em entrevista ao Sherdog ele diz: “Jones é o melhor meio-pesado atualmente,
é muito atlético, tem ótimo wrestling, e um ground and pound violento, usa bem
os cotovelos. Vitor tem as melhores chances em pé, pelo boxe que tem, pela
velocidade. Lutar no chão não será bom para o Vitor, mesmo sendo excelente
faixa preta. Ele não tem nada a perder, acho que será grande luta”
Já Zé Mario Sperry, líder da academia
Blackzillians (time do qual Belfort faz parte) e campeão mundial de jiu jitsu,
também analisou o combate: “O Vitor não
pode andar muito para trás, aceitar a distância dele. Tem que tomar cuidado
porque é uma situação delicada: se você anda muito para trás, ele acaba
ganhando a distância e levando vantagem em pé. Se você encurta a distância, ele
acaba te botando pra baixo. E aí ele por cima é mais perigoso ainda. Tem que
ficar naquela linha tênue da distância, onde ele não fica tão distante e nem
muito curto para tentar explorar a velocidade e evitar as quedas. Vitor tem que
explorar a sua velocidade”.
O treinador de Dan Henderson, Gustavo
Pugliese, em entrevista para a TATAME também fez sua análise da luta: “Ele vai ter que fintar bastante, não ficar
parado e não deixar o Jones armar os ataques dele. Cortar o octógono para
encurtar a distância também é importante para o Vitor. Assim, ele aproveita o
jab muito lento do Jones para bater com o direto de esquerda, sua arma fatal.
Mas ele não pode esquecer os chutes, pois sem eles ficará mais difícil de
confundir o campeão para a mão entrar”.
Apesar da conhecida explosão de
Belfort o mestre Artur Mariano, comentarista do Canal Combate, acredita que o
desafiante deve seguir o seguinte caminho: “O
Vitor deve trabalhar a distância e, inicialmente, não atacar. O campeão
geralmente espera o desafiante atacar e o Vitor não deve cair nessa. Tem que
deixar a luta morna, mexer com o psicológico do Jon Jones para ele perder a
paciência e partir para cima. Quando o Jones ataca na trocação, ele abre
espaços. Esta é a hora exata para o Vitor usar os seus tradicionais socos em
linha, os golpes retos, com a sua explosão habitual”. Mariano ainda
completa: “Se atacar na hora exata, sem
se expor, Belfort fatalmente vai complicar. Pode, inclusive, aproveitar este
momento para tentar derrubar e colocar em prática o seu Jiu-Jitsu, que é um dos
seus diferenciais. Ao chão, ele deve não apenas trabalhar o ground and pound,
mas buscar a finalização e posições de controle. Seria uma boa oportunidade de
dele finalizar a luta.”
Enquanto isso para a mídia americana,
o sempre confiante campeão dos pesos meio pesados afirma: “Eu não trouxe
ninguém de especial para me ajudar a treinar para essa luta. Eu acredito que eu
preciso apenas me ajustar a algumas posições que podem ocorrer durante a luta e
técnicas que ele pode usar. Eu tenho certeza que quando a luta começar eu vou
pegar o tempo certo e me ajustar”. Jones
ainda completa: “As mãos rápidas com certeza é um dom que Belfort tem, mas eu
sou bem rápido também”.
Com tantas análises do que deve ser
feito realmente fica difícil saber o que esperar da luta. No entanto, uma coisa
é certa, o desafiante precisa acertar sua distância o quanto antes na luta,
pois ela certamente será uma das chaves que vai destrancar a porta da vitória. Outro
detalhe não comentado pelos especialistas é o momento que Jones está passando.
Provavelmente ele lutará bem pressionado, pois nesse último mês o campeão foi
extremamente bombardeado psicologicamente e ainda tem pendências do UFC 151 a
resolver com o chefão White.
Enfim, apesar de o brasileiro estar
encarando um oponente muito maior, não há momento psicologicamente melhor que
esse para ele tentar voltar ao hall dos campeões do UFC. Essa é a oportunidade
de Belfort mostrar mais uma vez que Davi pode vencer um Golias.
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